sábado, 1 de agosto de 2009

Alimentação Natural



Para a medicina chinesa o que causa as doenças no homem é o desequilíbrio entre as forças energéticas (Yin/Yang) do organismo. Yin e Yang são as extremos de todas as formas de energia. Seguir a dieta macrobiótica seria uma das formas de manter essas forças equilibradas. A palavra macrobiótica é de origem grega (macro: grande, bios: vida) e significa “vida longa” ou “grande vida”. É um sistema alimentar cuja base é o consumo de cereais integrais, legumes e frutas frescas e suas origens se encontram nas antigas artes curativas dos povos orientais. O japonês Georges Ohsawa foi o responsável pela difusão da macrobiótica em todo o mundo e também o principal codificador dos antigos métodos alimentares fundamentados na doutrina do Yin/Yang. Segundo Ohsawa, uma alimentação perfeita é aquela baseada na ingestão de produtos equilibrados segundo os seus componentes Yin ou Yang, mantendo uma relação direta com a qualificação dessas energias da pessoa. Os alimentos também possuem um Yin ou Yang, determinando o tipo de influência que exercem no organismo. Por exemplo, o açúcar branco (extremamente Yin, como o álcool, as comidas enlatadas, as bebidas adocicadas etc), é capaz de gerar doenças de caráter Yin, como o câncer. Alimentos extremamente Yang, como a carne bovina, o sal e os conservantes, são capazes de gerar doenças também de caráter Yang (como o reumatismo, a artrite, a ansiedade, a arteriosclerose etc). De acordo com a dieta macrobiótica, os alimentos ideais são aqueles classificados como os menos desequilibrados, ou seja, os que possuem pouca carga Yin ou Yang, como o arroz integral, as leguminosas, as frutas alcalinas pequenas, os grãos em geral. Os principais alimentos macrobióticos são os seguintes:

Abóbora-moranga: tem sua energia mais concentrada e deve ser comida com casca, assim como a maioria dos legumes da alimentação orgânica.

Açúcar mascavo: é o açúcar natural, que não passa pelo processo industrial de refinamento, juntamente com o melado, é a melhor opção para substituir o açúcar branco, tratado quimicamente.

Algas marinhas: por assimilar da água do mar grande quantidade de minerais (como iodo, cloreto de sódio, cobre, ferro e zinco), as algas marinhas possuem várias propriedades alimentícias e medicinais. Podem ser ingeridas cruas, cozidas ou fritas, adicionadas a pães, bolos, tortas, cereais cozidos, em forma de pasta ou no chá tradicional.

Ameixa salgada (umeboshi): uma conserva muito usada no Japão, de onde é importada. As ameixas são acondicionadas num barril de madeira, com sal marinho natural, por 3 anos ou mais.

Arroz integral: base da alimentação macrobiótica, este cereal promove a renovação do organismo e fornece diversos tipos de proteínas e vitaminas, entre outros elementos. O mais indicado é o de grão arredondado, com característica mais Yang que os outros, portanto dotado de maior quantidade de energia.

Aveia: a aveia usada na alimentação integral é semelhante aquela que se encontra nos supermercados, mas nela os adubos químicos e inseticidas não estão presentes.

Ban-chá: usado como digestivo após as refeições, este chá suaviza as portas irritadas do aparelho digestivo e proporcional leveza para os organismos inflamados. Deve ser tomado sem açúcar ou outro aditivo, como todos os chás macrobióticos. A quantidade ideal no preparo é 1 colher de sopa de erva levemente torrada para 1 litro de água, meio copo após as refeições.

Bardana: esta raiz é muito utilizada pelos macrobióticos como alimento e como remédio. Não é preciso descascá-la para cozinhar. Seu chá, feito com 300 gramas de folha para 1 litro de água, é bastante indicado no tratamento das cólicas hepáticas, enfermidades cardíacas, furúnculos, bronquite, cálculo renal, cálculo biliar e afecções da bexiga, além de funcionar como antídoto para o envenenamento por mercúrio metálico e combater os efeitos de agentes poluentes, como o dióxido de enxofre e o monóxido de carbono. O cataplasma da raiz é útil nas contusões, no reumatismo, artrite, impingem, herpes e queda dos cabelos.

Cevada: a cevada torrada, por sua vez, é um ótimo substituto para o café comum.

Chá de arroz integral: é preparado com arroz integral torrado e folhas torradas de ban-chá. Útil para recuperar as forças perdidas nos exercícios físicos e mentais, é nutritivo e combate a estafa. Para 1 litro de água, usa-se 3 colheres de sopa do chá. Tomar meio copo após as refeições principais.

Dentie: pasta de dente natural feita à base de berinjela torrada e sal marinho.

Fécula de araruta: extraída da araruta pura, serve para dar consistência a pudins, gelatinas, minguas e cremes. Misturada com shoyu (molho de soja), é um grande remédio contra gripe e infecções da garganta.

Feijão azuki: tem um grau de fermentação bem inferior ao dos outros feijões. É rico em energia, e devido às suas qualidades diuréticas é muito indicado para os diabéticos. O modo de preparar é igual ao de qualquer feijão. Com os grãos torrados, prepara-se um chá excelentes, próprio para a maioria das doenças metabólicas, além do diabetes. Para fazer o chá bastam 2 colheres de sopa de grãos crus, que devem ser torrados numa panela. Acrescentar 1 litro de água e ferver, até que a água adquira uma cor escura. Tomar meio copo após as refeições principais.

Feijão de soja: constitui um dos alimentos mais ricos em proteínas. Meio quilo de grãos equivale a 1 quilo de carne, 30 ovos ou 6 litros de leite. Sua proteína é a única que combina 10 aminoácidos essenciais, portanto é capaz de estimular o crescimento e a energia no mesmo nível que a proteína animal. A soja também é rica em cálcio, ferro e lecitina. O óleo de soja é de fácil digestão, contendo vitaminas A, B, B2, C, D, E e R. No entanto, por ser um alimento extremamente Yin, a soja deve ser consumida com moderação. Essa restrição não cabe aos subprodutos, como o leite, o queijo, o óleo e o shoyu, pois nesses casos as toxinas são eliminadas durante o preparo.

Gengibre: o óleo extraído do rizoma constitui ótimo remédio para problemas respiratórios, como catarro, rouquidão, asma e bronquite, devendo ser esfregado no peito. O gengibre pode ser usado também como chá. Corta-se um tubérculo pequeno em fatias e coloca-se para ferver durante 10 minutos em meio litro de água. A quantidade a ser tomada varia de acordo com o gosto ou a necessidade individual.

Gersal: um condimento feito de sementes de gergelim torradas e moídas com sal marinho. Combate a acidez do estômago. Muito usado à mesa para temperar o arroz integral.

Ginseng: esta raiz medicinal nativa da Mandchúria e da Coréia, que nasce uma vez a cada 7 anos, é um poderoso estimulante, aumentando a resistência física e a capacidade mental.

Leite de cereais: Esse leite é uma mistura de sete cereais bem moídos, facilmente solúvel em água.

Missô: molho feito à base de soja amassada, que se mistura a cereais como o trigo, o arroz e cevada, fermentada junto com sal marinho. Como todos os alimentos orgânicos, o missô também é antitóxico. Costuma-se utilizá-lo para temperar sopas, cereais e carbes, substituindo o vinagre e a massa de tomate.

Molho de soja (shoyu): feito à base de soja salgada e fermentada por 6 meses, muito usado como condimento alimentar. Contém vários tipos de aminoácidos e vitaminas.

Nabo branco comprido: é um dos remédios mais usados para combater deficiências visuais como a miopia, o astigmatismo, etc. A macrobiótica recomenda comer 100 gramas diárias do nabo ralado, cru. Com as folhas dele pode-se preparar um banho de assento, muito indicado no combate às infecções genitais, principalmente femininas. É especialmente útil na recuperação pós-parto.

Óleo de gergelim: um excelente remédio no combate da gripe e do resfriado, bastando tomar 1 colher de sopa pela manhã, em jejum, e outra antes de dormir. Sal marinho: É o sal natural, que não passa pelos processos industriais.

Tahine: Preparado com sementes de gergelim moídas e prensadas, é um ótimo substituto para a manteiga comum, excelente fonte de proteínas vegetais e um remédio eficaz para a anemia.

Trigo integral: com ele são feitos pães, bolos, tortas, biscoitos e macarrão. Possui grande qualidade terapêutica, pois fortifica a flora intestinal e auxilia no funcionamento dos intestinos.

Trigo mourisco (ou sarraceno): é um grão pequeno, esbranquiçado, macio ao mastigar, com o qual podem ser preparados todos os pratos que usam outros tipos de trigo ou farinha de trigo.

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